Valente

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No filme Brave, traduzido para o português do Brasil como Valente é um filme bem parecido com outros da Disney no que diz respeito ao cenário medieval em que esta inserido, a presença de uma aristocracia real com subordinados, e a valorização da família real sobre os outros indivíduos.

No entanto, há uma forte mudança na perspectiva de como a princesa, personagem principal, se comporta, fugindo do esteriótipo romântico em que ele teria que seguir a tradição e se casar com um princípe. A princesa nega esta tradição e se coloca como dona de sua própria vida, buscando o que ela realmente quer, e não o que está estabelecido pelos estigmas socias, desta forma ela questiona toda a comunidade local sobre os costumes que são pasados hierarquicamente, mostrando a infelicidade da nova geração em ter que seguir normas que impedem o exercimento da liberdade desta geração.

Há um exemplo claro no filme desta abusada atitude de desconstruir uma determinada cultura e identidade que este povo “deveria” ter, que pode ser vista quando a princesa se mostra uma excelente arqueira, o que pela tradição não seria viável, e se mostra muito melhor que os guerreiros que querem tê-la como noiva, humilhando-os já que segundo a cultura antiga que predomina no começo do filme, os homens tem a obrigação de serem bons guerreiros, enquanto a mulher tem que ser boa em relação aos afazeres domésticos, entre outros.

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O filme retrata uma independência muito grande da princesa que apesar de sua idade e do contexto cultural em que se encontra, tem liberdade para sair do castelo sem nenhuma autorização, consegue anadar a cavalo sem nenhum problema e lida com problemas como um verdadeiro príncipe idealizado dos filmes românticos da metade do século XX. Desta maneira, o século XXI vem igualar a potencialidade de gêneros através deste filme, mostrando como a mulher pode executar tarefas tão boas quanto os homens e ter um papel ativo na sociedade e não só limitada a atividades marginais.

Entretanto o filme não só mostra a construção de uma nova identidade e cultura baseada na igualdade de gêneros, mas sobretudo na liberdade como valor maior do indivíduo, pois assim como o machismo atinge profundamente as mulheres, também atinge os homens, e seu papel na sociedade é limitado por esteriótipos. Esta crítica é entendida pelo seu contexto, a medida que o indivíduo que produz este filme pertence a uma sociedade de caráter liberal, portanto é a clara desconstrução de uma ideia que não faz mais sentido em uma sociedade liberal, e a construção dos próprios valores da sociedade que fez este filme.